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pergunto-me se quando morremos termina a incerteza
meu palpite é de que não
existir
seja isso o que for
é ser incerto através de fatos incertos
é ir pela vida trombando com o destino
dele tentado fugir desesperadamente
sem notar a idiotice do propósito
talvez um dia acabemos
talvez um dia venhamos a gostar de que as coisas sejam assim
talvez não sejamos infinitamente idiotas
talvez se encontre a paz nesta permanente guerra
talvez se encontre um ponto em que cesse o desejo
ou talvez simplesmente um dia cansemos de dar murro em ponta de faca
e nos conformemos em ser consciências sem poder algum
talvez um dia fiquemos simplesmente como árvores
imóveis fazendo fotossíntese e trocando fluidos com a terra
e entendamos que nada muda
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