24.9.07

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pergunto-me se quando morremos termina a incerteza

meu palpite é de que não

existir

seja isso o que for

é ser incerto através de fatos incertos

é ir pela vida trombando com o destino

dele tentado fugir desesperadamente

sem notar a idiotice do propósito

talvez um dia acabemos

talvez um dia venhamos a gostar de que as coisas sejam assim

talvez não sejamos infinitamente idiotas

talvez se encontre a paz nesta permanente guerra

talvez se encontre um ponto em que cesse o desejo

ou talvez simplesmente um dia cansemos de dar murro em ponta de faca

e nos conformemos em ser consciências sem poder algum

talvez um dia fiquemos simplesmente como árvores

imóveis fazendo fotossíntese e trocando fluidos com a terra

e entendamos que nada muda