309
não sei como pode haver vontade no meio de toda esta ignorância
não sei como se pode dizer que somos livres
se tudo que sentimos é medo
não há como ter paz quando não se é um universo
quando dentro de nós não há a fonte que sacia todas as carências
sinto-me miserável
miserável e ofuscado
pelo brilho das mentiras
sou como sou
não adianta querer ser diferente
bem como não adianta querer me forçar a gostar de mim
simplesmente não tenho controle sobre este estranho que usa meu nome e meu corpo
prisioneiro sou
antes de tudo de minha covardia
de minha valentia
e das palavras que rolam de um lado para outro dentro desta cabeça
que tem tanto espaço ocioso
tantos fluxos turvos
e esta ânsia
ou sua ausência
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home