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sentar e ficar esperando que brote em mim o gênio
como é bom não ter que provar nada ao mundo
nascer poderoso por direito hereditário
morrer sem abalos
sem sentir medos nem privações
desafios são um saco
o medo
de tanto ser sentido
torna-se enfadonho
uma coisa besta
embora seja a que mais mantenha o sabor de novidade
de desagradável novidade
o resto vai adquirindo um aroma que já se distingue a distância
coisas que sabemos como serão
e que nem por isso sabemos evitar
vamos ficando velhos
e nem por isso sábios
vamos ficando velhos moles e medrosos
e não entendemos por que se deva ter compaixão de um velho
até que velhos supliquemos por compaixão
como se alguém tivesse a obrigação de nos tolerar
velhos são frágeis
mas quase todos foram como os adultos que os olham
e agora velhos acham o mundo duro
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