25.10.09

1089

quanto não se amontoa na vida
e tanto do que se acumula eu gostaria de levar comigo para a inevitável morte
e tanto permanecerá aqui em abandono
não gosto deste universo
de como ele funciona
coisas vêm coisas vão
não sei quando e sem porquê
é como a vida
é como o universo
é tudo
perdas e ganhos
viver assim
que perda enorme
a vida sempre em torno desse enorme buraco
viver a olhá-lo sem nunca a ele me entregar
até que um dia
como me sentirei errado nesse dia
quanta culpa sinto desde já
a vida
essa víbora
deus
esse serpentário
que me perdoem as serpentes