21.8.09

1024

equilibrar-me nesta pinguela podre
parece bom
este medo paralisante
esta atmosfera de permanente ameaça
de que vale não conhecer a felicidade
sempre à deriva
sempre ao acaso
sempre a menor de todas as coisas
sempre a voz que não é ouvida
até que vem aquele momento crucial
em que se comete a maior a mais estupenda a mais fantástica a mais irreversível de todas as besteiras possíveis e impossíveis
quem sabe o que sou
quem sabe se há uma paz a ser encontrada
se há uma necessária alternância entre a paz e este inferno
quero inexistir
não dá para brincar deste jeito
é muito ruim
não sei que bosta é real e que merda é virtual
já perdeu a graça esta busca de paz
só quero que tudo acabe