26.3.08

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já falei quanto quero um dia me ver diante de nada

diante de compromisso nenhum

de necessidade alguma

nem mesmo de respirar

simplesmente ser uma máquina de modelos e suposições

que nem quando morre nem quando vive provoca lágrimas

algo que nem sei se se pode dizer que existe

mas que é concebível

pensável

e absurdo

tal qual a vida