11.5.07

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ou é o tédio ou é a fúria

que tédio

nunca passo de mim

por aí

pelos cantos morrendo

agarrando-me a qualquer fio de esperança

não importa quão mesquinha

é a idéia que tenho de eternidade

a rua sem cor

e eu rezando por um fim

um móbile de defuntos decorando a sala

tudo é para sempre

e entretanto acaba

e acreditamos em tudo

ou em nada

simplesmente não sabemos o caminho

fechamos os olhos e dizemos é por aqui

não que eu tenha pedido tão pouco

só não imaginava que fosse tanto

nem tão estranho

nem tão lento um percurso tão curto

diga-me o que devo sentir

diga-me qual é a fórmula

para que eu seja o novo senhor da vida

o administrador da dor do mundo